Oito de Janeiro de 2015 mais um dia em que meu pai e eu fomos passar a tarde com a minha sobrinha Alice. Nessa data ela estava com 1 ano e seis meses e até o presente momento havia ido pouco vezes na praia. Como amo mar e natureza, decide junto com meu pai que levaríamos ela a praia. Por morar perto, fomos a pé mesmo. No decorrer do trajeto ela apontava para as árvores, pássaros, tudo era motivo de alegria e brincadeira.
Assim que minha sobrinha avistou
o mar, de imediato arregalou os olhos e só dizia: água legal !!!!. Logo que o
mar tocou seus pés, ela curtiu o momento e não parava de pular, gritar, passava
a mão na água e a direcionava a boca, ela estava explorando tudo como crianças costumam
fazer. No fim do dia ela não queira ir embora e tivemos muita dificuldade para tirá-la
do mar.
Até aqui nada de diferente,
afinal crianças sempre estiveram em contato com a água desde a barriga da mãe, além
de se encantarem por tudo que é novo. Entretanto,
esse dia me fez refletir que quanto mais o tempo passa, mais vamos nos
distanciando da nossa criança interna e daquele brilho no olhar que um dia
tivemos para o mundo.
Porque será que não valorizamos
dias simples? Será que é preciso de muito para sermos felizes? Nós realmente
necessitamos de várias bolsas, sapatos, roupas, carros e status para nos
sentirmos completos e felizes?
Acredito
que status e essas coisas supérfluas só nos preenchem por um tempo bem curto. Por
isso, me inspirei em escrever esse texto, acho importante lembrar (por mais
óbvio que pareça) que um dia todos nós já fomos crianças e ficávamos alegres
apenas por brincar na rua, de ver as ondas do mar, observar as nuvens do céu e
as folhas caindo das árvores, ou até mesmo esperar o mês de maio para pegar
ingá (no meu caso), enfim tínhamos mais respeito e admiração pelas coisas mais
simples da vida.
Hoje o
que vejo são adultos apressados e mais preocupados em crescer profissionalmente.
Claro que devemos nos ater aos compromissos profissionais, mas também acho importante
e essencial cultivarmos os momentos simples e felizes da vida. Não é por acaso
que diversos livros, inclusive a bíblia diz que devemos ser como as crianças. Acredito
que não seja somente pela pureza, mas também pela falta de julgamento que as
crianças têm, e que nós adultos temos isso aos montes.
No auge dos meus 30 anos dou mais
valor aos encontros com os amigos, que vivo organizando aqui em casa,
brincadeiras com a minha sobrinha, observar a natureza, coisas que não precisam
de muito para acontecer e que me deixa verdadeiramente feliz. Acho que é por
esse caminho que devemos seguir, não se cobrar tanto e estar com pessoas e em
locais que realmente nos fazem bem, pois no final é isso que levamos da vida e
mais nada.